INTERSENSUS

732
Vídeo experimental que mistura rotoscopia e animação digital para explorar movimentos contidos, padrões repetidos e limites invisíveis. Criado a partir de outro vídeo de minha autoria, Moscas de Estômago (2020), que tinha como referência inicial o comercial britânico Flea Circus (2001), produzido pela agência TBWA-London, com a direção de Trevor Beattie. A peça publicitária expunha a simulação de um experimento em que moscas, depois de três dias presas num jarro, não ultrapassam mais aquele limite – mesmo quando livres. O título, 732, é inspirado por uma antiga coleção de arquivos pessoais, organizados segundo o número de frames. São necessários 732 frames para compor trinta segundos e meio de animação a 24 frames por segundo. O filme costura sobras, fragmentos e desvios. A trilha sonora é um remix de minha autoria construída com apoio da @mobygratis e samplers retirados de antigos programas educativos.

 

Cybelle Mendes
Realizadora, animadora e montadora de obras audiovisuais, bacharel em Belas Artes em Cinema de Animação (UFMG/Brasil) e MSc. em Cinema pela Universidade da Beira Interior, onde cursa o Doutoramento em Media Artes. Bolsista de investigação no projeto MediaTrust.Lab do LabCom – Comunicação/UBI (2023/2024). Integra o AFECTA – Laboratório de Investigação e Criação Partilhada em Cinema e Outras Imagens em Movimento. Colabora com a equipa de apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão do LAPPACS/UFRGS, no projeto História de Vida e Ação Política. Suas áreas de interesse, investigação, pesquisa e criação visual concentram-se no movimento, encontro e desencontro, imperfeição, espontaneidade, cinema feminino, solidão e resgate da memória coletiva e social.

 

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ALT. COSTURA

ALT. Costura estabelece um espaço para expressões da Moda derivadas de interações exploratórias interdisciplinares entre materiais alternativos, cultura da moda, a forma humana e a sua escala. Transforma o nada em algo através da experimentação e da reimaginação da moda. O objetivo é oferecer uma saída atraente para novas alternativas na moda, ajudando o que é sustentável, regenerativo, limpo, cru, consciente e acessível a encontrar o seu lugar na teia da moda.

 

O trabalho para a Alt. Costura é desenvolvido dentro do curso de design de moda da UBI, com exercícios focados na natureza experimental da procura de alternativas, e os alunos mergulham na transformação da tecnologia – de uma “Palavra do Ofício” – para uma “Lógica da Técnica”, explorando o equilíbrio entre a manipulação incremental e radical do material e a aplicação da técnica através de iterações repetidas, guiadas por códigos familiares para transformar o nada num artefacto icónico.

 

Yoád Luxembourg

Investigador e inovador em design. Desenvolveu o projeto ALT. Costura como uma das suas principais linhas de atuação e investigação. Doutorado em Design, Media e Cultura pela UP Porto, estudou Artes Plásticas, Arquitetura, Design Gráfico, Industrial (DAE Eindhoven) e Design de Moda (MAHKU Utrecht). Trabalhou como business developer e lecionou em escolas de design na Holanda e em Portugal. Foi diretor estratégico e criativo da marca de moda sustentável Elementum. O seu trabalho liga a teoria e a prática, explorando temas como a semântica, a sustentabilidade e o papel social do design.



 

Alternative Materials #1 (2023)
Carlota Urmal, Cecília Quaresma, Nuno Gomes

 

Alternative Materials #2 (2025)
Ariana Vieira, Laura Viegas, Maria Sousa, Mariana Pontes

 

Paper #1 (2025)
Catarina Marquês, Daniela Pereira, Gonçalo Alves, Lícia Belim, Margarida Jorge, Mariana Diogo

 

Paper #2 (2025)
Ana Beleza, Ana Neto, Carolina Oliveira, Eva Caetano, Hanna Paz, Jéssica Cruz

 

 

Blink-A-Boo
Jogo de terror e sobrevivência na primeira pessoa, onde o jogador assume o papel de Lucy, vendo o mundo através dos seus olhos. Criado para realidade virtual, “Blink-A-Boo” coloca-te cara a cara com os medos da infância, sem escapatória. A ação decorre no quarto de uma criança no período da noite, logo que a mãe sai do quarto começam a surgir inimigos, versões distorcidas dos brinquedos que a menina conhece, transformam-se em sombras deformadas que emergem na escuridão. O ambiente familiar e seguro torna-se, gradualmente, num mundo aterrador, cheio de sombras, sussurros e silhuetas em movimento. O jogo explora a fronteira entre realidade e a imaginação infantil. O objetivo principal do jogador é proteger-se das criaturas, num confronto tenso entre inocência e medo, a imaginação infantil e as manifestações de obscuridade que dela emergem. “Blink-A-Boo” é um videojogo narrativo, onde cada sombra pode esconder um perigo. Sobrevive à noite no quarto de Lucy.

 

Alexandra Štoffová, Daniela Lopes, Filipa Castro, Luís Alves
Equipa responsável pelo videojogo “Blink-A-Boo”, dos alunos do Mestrado de Design e Desenvolvimento de Jogos Digitais, da Universidade da Beira Interior:
Daniela Lopes, artista, modeladora e animadora, do design do quarto de Lucy e das personagens.
Filipa Castro, elaboração da narrativa do jogo, design da interface do utilizador e a dinamização em redes sociais.
Luís Alves, programador e game designer, assegurando a implementação de um videojogo funcional, balanceado e envolvente.

 


 

Cineciclo
Controlador baseado no movimento de uma roda de bicicleta acoplado a uma pastilha transdutora piezo. O cineciclo é uma homenagem ao maquinismo dos projectores de película cinematográfica onde, para além da imagem, o próprio som primordial do mecanismo em movimento acompanha o imaginário do nascimento da sétima arte. Com o propósito de ser associado a um leitor de vídeo digital, os dados recebidos do sensor são mapeados a controlar a velocidade dos fotogramas. O utilizador é convidado a interagir com o cineciclo, dando vida à roda de bicicleta, manipulando a própria velocidade de reprodução de imagem em movimento.  O som emitido pelo maquinismo do cineciclo, também ele um dispositivo sonoro per se, exemplifica que o cinema sempre foi sonoro, apesar das falas fantasmas da projecção do chamado cinema mudo. Venha descobrir a sua faceta de sono-projeccionista, experimentando o descomplicado e descomplexado… cineciclo!

 

Paulo Dias
Docente no Departamento de Artes da Universidade da Beira Interior. Membro integrado do iA* – Unidade de Investigação em Artes (UBI) e Coordenador do iA*Lab Sensoria. Licenciado em Ensino da Música (Piano) pela Universidade de Aveiro (1996). Doutorado em Ciência e Tecnologia das Artes (Informática Musical) pela Escola de Artes da Universidade Católica Portuguesa (2019). Tem especial interesse por cinema, música, interfaces hápticas e interacção audiovisual.

 

 

De Gelo
Sólido (gelo) em transformação para o estado líquido. Transições da água, como metáfora e realidade. Gelo, matéria-prima e mediador sensorial. Convidando à reflexão sobre o aquecimento global, o degelo e as consequências ecológicas e sociais. Uma reflexão e sensibilização – e a arte possibilita isso, na recriação e criação de imaginários. O espectador é convidado a relacionar-se com o frágil e o impermanente, o derreter, o pingar, o silêncio e a queda das miniaturas das pessoas (ou da humanidade). Instalação pensada com streaming. Podendo o espectador, levar a obra consigo e aceder a ela, enquanto durar. Um pouco como todos, felizmente, vemos os efeitos das alterações climáticas: à distância e na grande maioria das vezes, em ecrãs. De Gelo, é um de quatro laboratórios do projeto de doutoramento: Fala d’água, presença da água na arte contemporânea. 

 

António Abernú
Doutorando em Media Artes, UBI; Mestre em Ciências da Comunicação, U. Nova Lisboa. Formou-se como ator no Centro Dramático de Évora. Fundador da ASTA Teatro, Covilhã (em 2000), onde desenvolve a sua atividade profissional como ator, encenador e formador. Como investigador foca-se na consciência da água, na sustentabilidade e na presença da água na arte contemporânea. 

 

 

Fendas de presença#2 – Fly on the moon
Instalação artística audiovisual que transforma fotografias originais de insetos em vídeos criados através de ferramentas de inteligência artificial. As imagens em movimento são projetadas no interior de uma caixa de papelão e só podem ser acedidas pelo olho via uma pequena fenda, criando uma experiência íntima e sensorial. A obra tensiona escalas entre o micro e o macro, a evocar reflexões sobre nossa existência mínima diante do universo, onde o ínfimo também carrega grandeza. Como escreveu Gilles Deleuze: “O interior é uma dobra do exterior.” Assim, o interior da caixa se torna dobra do espaço cósmico transformando a presença do olhar do espectador em inseto -micro astronauta – a explorar o que está além da fenda e dentro de si próprio.

 

Camilo Cavalcante
Mestre em Cinema pela UBI e graduado em Jornalismo, pela UFPE. Tem ainda formação complementar em Guião Cinematográfico pela EICTV, em Cuba, além de extensão em Cinema, pintura e arte contemporânea pela PUC-Rio, além de possuir vasta experiência na prática cinematográfica com a realização de várias curtas e longas premiadas. É doutorando em Media Artes pela UBI, bolseiro pela FCT e membro do iA*lab Sensoria e do iA*lab CineMAtiC, ambos vinculados à iA*-Investigação em Artes (UBI).

 


 

Películas Possíveis

Resultado do Workshop Possibilidades Gráficas e de Movimento em Filme 35mm realizado em 23 de maio de 2025, sob orientação da artista visual e professora Tania de León, nesta obra, de processo colectivo, gráfico e pictórico, cada participante — individualmente e em grupo — intervém diretamente sobre um fragmento da película, construindo imagens por meio de gestos intuitivos, manuais e experimentais. A intuição e o acaso, atuam como força motriz do processo criativo. As imagens em movimento surgem a partir de sobreposições inesperadas, marcas involuntárias, ruídos e fragmentos visuais da matéria fílmica. Esses fragmentos, ao serem reunidos numa única sequência contínua, dão origem a um curta-metragem animado formando uma narrativa visual aberta e experimental.

 

Cybelle Mendes, Diana Machado, Elísio Bajone, Fernando Aranda, Gabriel Nicolella, Gabrielle Nicolella, Giovanna Olivieri, Luana Lobato
Somos um grupo heterogéneo de alunos e professores do departamento de Artes da UBI que trabalhou organicamente a partir de uma oficina de desenho em movimento conduzido pela artista Tania de León. Cada um de nós tem diferentes inquietudes e abordagens em relação às problemáticas da imagem visual usando diversas soluções, desde o desenho digital, a animação, a fotografia analógica até o desenho e pintura tradicional. Películas Possíveis é um reflexo desta «organicidade».

 

 

Tu, através do buraco da agulha – vídeo instalação
A obra resulta da transformação de uma câmara digital numa pinhole digital. A lente foi retirada e substituída por um cartão preto, posteriormente perfurado pelo público com uma agulha. Cada furo permite a entrada de luz, gerando imagens sobrepostas do movimento das pessoas, numa multiplicidade prismática de versões de si mesmas. O gesto de furar torna-se condição para a existência da imagem, estabelecendo uma relação íntima entre corpo, dispositivo e luz. Inspirada pela reflexão de Vilém Flusser sobre a desconstrução dos aparelhos, a obra propõe a subversão do dispositivo fotográfico, deslocando-o do uso convencional para um campo artesanal e intermédio, entre o analógico e o digital.

 

Luana Lobato
Artista e investigadora em processos de criação de imagens em movimento com a fotografia experimental e as suas possibilidades intermédias. Licenciada em Artes Visuais, mestre em Educação, Comunicação e Cultura e doutoranda em Média-Artes (3.º ano). Coordena o CISMA Lab – Laboratório de Fotografia Experimental, colabora com o AFECTA – Laboratório de Investigação e Criação Partilhada e fundou o coletivo Desfoque, ativo desde 2024 na Covilhã.

 

 

 

ORGANIZAÇÃO

 

Comissão Científica / Comissão Organizadora
Águeda Simó
Flávio Almeida
Joana Casteleiro
Marcelo Marques
Paulo Dias (Coord.)

 

Produção
iA* Unidade de Investigação em Artes
Faculdade de Artes e Letras / Departamento de Artes

 

Comissão Executiva
Paulo Dias, Coordenação Geral / pbsd@ubi.pt
Mércia Pires, Secretariado / mercia.pires@labcom.ubi.pt +351 275 242 023 / ext. 1201
Thais Longaray, Designer
Sara Constante, Designer

 

Apoios
Universidade da Beira Interior
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
Doutoramento em Media Artes
Design+Lab
CREA – Centro de Recursos de Ensino e Aprendizagem
Licenciatura em Design de Moda