DESIGNA 2014 – DESEJO

O tema inspirador da 4ª edição da DESIGNA consiste na relação do Design com o Desejo.

 

A questão do Desejo surge nas políticas públicas dedicadas às artes e à indústria de forma explícita na sequência da necessidade de reagir à concorrência de produtos estrangeiros mais apetecíveis aos consumidores. A diversidade da oferta de distintos produtos para a mesma função acrescenta à qualidade intrínseca dos objectos a necessidade de distinção e de persuasão em parâmetros como sentido de pertença, poder de compra, grupo social, género e expectativa simbólica. A sujeição ao Desejo é uma tendência pragmática e inexorável das dinâmicas capitalistas, em que se disputa a margem da liberdade de escolha e a expressão da individualidade. Sob a óptica do Desejo, o Design vincula-se à comunicação e mediação, numa espécie de metafísica do concreto em que a capacidade de criar, promover, consumir e usar bens e serviços tende a recentrar a experiência estética.

 

O apelo à imaginação, quando não ao prazer, perpassa todos os domínios do Design. Paradoxalmente, tais apelos almejam uma posição de lealdade e de vinculação, a que nem as plataformas electrónicas e os novos meios escapam. O Desejo e a imaginação funcionam como processos elaborados de predicação que revelam o substracto cultural, a partir de um sem-número de narrativas e de ficções, fontes de aprendizagem e de partilha de conhecimento.

 

Tal cosmogonia, associada a um certo epicurismo da vida contemporânea, é passível de questionar as humanidades, mas também as vertentes mais tecnológicas do Design, trazendo pontos de vista cruzados sobre a prática e a teoria do Design, mas também sobre a moral cívica e as políticas do corpo.


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